segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sistema "invisível" de captação solar se torna realidade

Energia solar sem interferir na vista: Yimu Zhao segura um módulo do concentrador solar luminescente transparente. Imagem © Yimu Zhao    
Sistemas de captação solar não precisam ser óbvios. Com efeito, agora eles podem ser invisíveis, graças aos pesquisadores da  Michigan State University (MSU) que desenvolveram um concentrador solar luminescente (LSC) transparente que pode ser aplicado em janelas e outras superfícies translúcidas.
A tecnologia LSC não é nada de novo, mas seu aspecto transparente é. Tentativas anteriores geraram resultados ineficientes e de cores vibrantes; segundo Richard Lunt, professor assistente de engenharia química e materiais da MSU, "Ninguém que se sentar atrás de um vidro colorido." A seguir, saiba mais sobre como a equipe de pesquisadores conseguiu criar esse material coletor transparente.
Lsc-in-lab
Concentrador solar luminescente transparente em comparação a um similar colorido ao fundo.
A nova tecnologia é transparente pois visa justamente os comprimentos de onda da luz solar que não estão no espectro visível. O LSC utiliza moléculas orgânicas para captar os comprimentos de onda ultravioleta e infravermelho, que então "brilham" em outro comprimento de onda infravermelho. Este "brilho" infravermelho é direcionado para as bordas do material onde é convertido em eletricidade por faixas de células fotovoltaicas.
 
A tecnologia LSC transparente apresenta atualmente uma eficiência de conversão próxima a 1%, ao passo que os melhores sistemas LSC coloridos atingem até 7%. No futuro, a equipe de pesquisadores espera otimizar a produção de energia da tecnologia, visando ultrapassar os 5% (compare isso aos 15-20% das células fotovoltaicas disponíveis no mercado).
Zhao-and-lunt
Yimu Zhao e Richard Lunt realizando um teste em laboratório do material.
Essa tecnologia apresenta diversas vantagens, além de ser esteticamente agradável. Primeiramente, ela pode ser usada em uma série de aplicações e tem potencial de ser desenvolvida em escala comercial e industrial a um custo acessível, de janelas a telas de celulares. Em segundo lugar, a tecnologia pode ser usada para diminuir o ganho de calor solar, já que captura especificamente as ondas infravermelhas. Segundo Lunt, "já existe tecnologias de filtros para janelas que rejeitam a luz infravermelha, como os revestimentos low-E. Nos buscamos uma funcionalidade similar ao mesmo tempo que geramos eletricidade.

O restante da equipe de pesquisadores é composto por Yimu Zhao, estudante de doutorado em engenharia química e ciências materiais; Benjamin Levine, professor assistente de química; e Garrett Meek, estudante de doutorado de química. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário