Devido ao baixo custo do cimento queimado ele foi o mais utilizado piso nas residências brasileiras durante décadas. Com a popularização de outros materiais, o revestimento aos poucos foi perdendo espaço. Mas, continua sendo uma opção econômica e cheia de estilo .
É resistente e de fácil conservação. Sua aplicação, só não é indicada em áreas submetidas a alagamentos constante, já que pode provocar escorregos, por se tratar de um piso muito liso.
O cimento queimado nada mais é que uma argamassa de cimento, areia, água e aditivos, com espessura média de 30 mm, aplicada sobre um contrapiso de concreto. Apesar da simplicidade a aplicação, para obter resultados satisfatórios, deve ser feita por mão de obra experiente.
A ‘queima’ do piso é o nome dado ao processo de jogar pó de cimento sobre a argamassa ainda mole e úmida. A superfície é então desempenada com uma desempenadeira de aço, espalhando-se o pó de cimento sobre a massa e deixando o conjunto bem liso. Caso a base esteja muito lisa, pode-se utilizar chapisco sobre o contrapiso para aumentar a aderência. É preciso ficar atento ao aparecimento de bolhas de ar na massa, caso surja, basta alisar a superfície com a desempenadeira até o total desaparecimento das bolhas. O objetivo é evitar excesso de porosidade.
Um dos fatores que influencia a qualidade final do revestimento é a ‘cura do concreto’. Esse processo deve ser feito molhando-se a superfície logo após a execução do piso. Todo material cimentício requer água para a hidratação do cimento. Portanto, é imprescindível que não ocorra perda de água por evaporação. A secagem incorreta da massa pode levar à fissuração generalizada do piso.
Podem ser acrescentados aditivos à argamassa, para dar características especiais ao revestimento, como: impermeabilizantes, aceleradores de pega (para uma cura mais rápida) e retardadores de pega, que permitem uma cura mais uniforme em extensas áreas com cimento queimado simultaneamente.
Após a secagem e antes do uso, é recomendada a aplicação de resina sobre o cimento queimado. Como se trata de um revestimento poroso, a selagem ajuda a evitar manchas de óleo ou bebidas, por exemplo. A resina pode ser fosca, acetinada ou brilhante, de acordo com o efeito esperado, deve-se lixar o piso, regularizando pequenas imperfeições, e logo após a limpeza, retirando todo o pó, passar a resina, em duas demãos.
No cimento queimado pode acrescentar cores ao revestimento. Para chegar aos tradicionais vermelho, amarelo, azul e verde, é preciso adicionar pigmentos à base de óxido de ferro, como pó xadrez e Bayferrox. Já pó de mármore e o pó de granito costumam ser incorporados à massa quando se deseja tons mais sóbrios ou claros.
O processo de pigmentação com corantes à base de óxido de ferro pode ser feito de duas formas, dependendo do resultado pretendido. A primeira é acrescentar o pigmento quando do preparo da argamassa, na porcentagem de 2% a 6% sobre a massa de cimento. Outra possibilidade é salpicar o pigmento sobre a argamassa antes de executar o processo de queima. Neste último caso, o efeito obtido será de um piso manchado, com ar um pouco mais rústico.
Para evitar alterações na cor desejada, o ideal é usar cimento branco e a areia branca. Uma boa dica é misturar o cimento com a mesma quantidade de pó de mármore, o resultado final fica um pouco mais claro (devido ao pó ser branco), e essa opção retarda a cura do material, garantindo maior tempo de trabalho e com maior qualidade, já que a argamassa ficará mais molhada e a secagem mais lenta.
Pequenas trincas e manchas são características do cimento queimado e conferem rusticidade ao revestimento. Além da cura bem executada, trincas de maior proporção são evitadas com a colocação de juntas de dilatação de plástico, madeira, metal ou material cerâmico. Todo material sofre retração e dilatação. Com o piso queimado não é diferente. Essa movimentação pode provocar fissuração no piso, por isso o espaçamento recomendado entre as juntas é de, no máximo, 1,5m nos dois sentidos. A qualidade do substrato também influencia no resultado final, pontanto é importante verificar sua integridade. Caso esteja em condições adequadas, alinhado e sem tricas, o contrapiso deve ser limpo, desengordurado e ter o pó retirado para receber a argamassa do cimento queimado.
Existe no mercado misturas semiprontas de cimento queimado, geralmente à base de cimento, agregados e aditivos. Para essas opções a dosagem e a execução devem seguir as recomendações do fabricante. Além da aplicação como revestimento em pisos, alguns desses produtos são voltados para utilização em paredes e fachadas. Com relação às cores, a gama oferecida pelos fabricantes vai dos coloridos tradicionais a tons mais claros.
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